Importância dos testes em Esquadrias

Segue abaixo, um artigo escrito pelo Consultor Nelson Kost onde ele descreve o passo a passo de um processo importante no setor da Construção Civil, são os Testes em Esquadrias de Alumínio

No documento, podemos notar que é possível verificar pontos de extrema relevância no bom funcionamento, tais como: Estanqueidade ao ar, água, esforços do vento e sucção. Esses testes são executados nas dependências do ITEC – Instituto Tecnológico da Construção Civil.

“A importância dos testes de esquadrias

por Nelson Kost, consultor técnico

Tudo começa com a norma vigente NBR 10821, da ABNT, em vigor desde outubro de 2000. É ela quem determina critérios para o procedimento de testes de desempenho das esquadrias com relação à estanqueidade ao ar, água, esforços de vento e sucção. Inicialmente o fabricante de esquadrias deve preparar um protótipo que passará por um pré-teste no item de estanqueidade à água. Nessa fase, o protótipo pode ser submetido várias vezes ao procedimento na câmara, até se ajustar ao parâmetro da norma. Depois dessa etapa, entrará oficialmente em ensaio.

O fabricante de esquadrias programa o teste e prepara o protótipo que será instalado em uma das quatro câmaras do ITEC – Instituto Tecnológico da Construção Civil. A escolha da câmara está diretamente ligada ao tamanho da esquadria, podendo ir das menores, na câmara Amarela de 3,00 m x 2,50 m, às fachadas-cortina, na câmara Azul de 5,00 m x 9,70 m.

A câmara é formada por uma estrutura metálica que contém o sistema hidráulico que fará a dispersão da água. A tarefa do instituto é construir a parte civil, alvenaria revestida de argamassa. Ao fabricante cabe a instalação do protótipo, respeitando todos os cuidados de nível e prumo.

No ensaio de estanqueidade ao ar, a janela é vedada por um conjunto de fitas plásticas. É aplicada uma carga de ar. Um painel digital faz a leitura do volume de ar que está passando pela câmara, porque existem alguns pontos de vazamento. Quando a fita plástica que recobre a esquadria é retirada, o equipamento mostra a leitura da diferença entre a quantidade de ar emitido pela câmara e a que passou para o lado interno da janela. Cálculos matemáticos mostram se o volume de ar que penetrou ‘no ambiente’ está dentro dos limites de tolerância da norma.

O próximo passo é o teste de estanqueidade à água. Durante 15 minutos aplica-se o equivalente a 4 litros de água/minuto/m2. Durante o teste não pode ocorrer nenhum ponto de vazamento. A pressão da água, simulando o vento da chuva, gera dentro da câmara uma pressão positiva e, fora, negativa. A água se encaminha para o lado onde a pressão é menor, portanto, para o que seria o ambiente. Nesse ensaio, a vedação da esquadria é avaliada em detalhes. Pode ocorrer, por exemplo, de se constatar que o ângulo de 45 graus foi mal executado ou sem calafetação, ou que a água passou pelo rompimento de uma eventual falha de silicone, pela própria pressão positiva da câmara.

Na seqüência, os equipamentos são preparados para ensaiar a deformação dos perfis e das partes móveis, resultante da pressão dos ventos. São colocados deflectômetros – aparelhos que medem a deformação dos perfis das esquadrias em teste específico de pressão positiva e pressão negativa – em pontos estratégicos, nas colunas e travessas, para uma leitura digital. Os testes realizados anteriormente utilizam pressão positiva. Neste caso, o desempenho da esquadria é avaliado mediante uma pressão negativa. Trata-se de um novo procedimento introduzido pela norma revisada, chamado de “sucção”. Esse ensaio simula a abertura de uma porta e de uma janela, simultaneamente, numa casa. Se a porta bater é porque o ar que passou pela janela aberta fez uma reversão e empurrou a porta. O risco é que na reversão do ar, a janela caia para fora. Assim, não pode haver rompimento de qualquer elemento de esquadria, desde quebra do vidro até o baguete que se desprenda ou o fecho que se solte. É comum na sucção que, se o fecho da janela maxim–ar estiver instalado com apenas 1 mm ou 2 mm de contato com o contra–fecho, a folha se desloque para o lado externo.

Para o fabricante de esquadrias, submeter seu produto aos ensaios representa oferecer ao cliente  garantia de que aquela é uma esquadria de qualidade, que segue as normas nos seus mais exigentes critérios. Outro importante papel que os ensaios cumprem é servir de aprendizado para o fabricante e o projetista. Ele vai poder constatar os erros e acertos daquele protótipo, tanto na fase de projeto quanto na fase de fabricação.

É comum o engenheiro dominar os cálculos estruturais que prevêm a deformação dos perfis. Se, calculamos que vai deformar 5,8 mm, o ensaio apenas confirma, com variações insignificantes. No entanto, não existe cálculo matemático para a entrada da água e do ar. É a experiência que cada um transfere para o projeto que vai dar a segurança de que a água e o ar não vão passar.  A câmara é que indicará a necessidade de uma guarnição com maior ou menor dureza, ou o design de uma borracha mais ou menos robusta. Não é possível se obter na prancheta essas previsões exatas. O teste será, portanto, a consagração ou a decepção total quanto ao produto desenvolvido.

Conclusão: vale a pena ensaiar, não apenas a fachada-cortina de uma torre de vidro, como as esquadrias de uma residência unifamiliar ou de um prédio pequeno. E se o fabricante utilizar bem o ensaio, ressaltando-o no marketing da empresa e de seus produtos, o custo final será zero.”

 

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Setores na Fabricação de Esquadrias.

Atualmente, podemos dividir empresas que produzem Caixilhos em Alumínio, em diversos setores. Podemos citar:

  • as Serralherias de pequeno porte, onde geralmente, atendem clientes particulares, residências, trocas de janelas existentes;
  • as Serralherias de médio porte, que passam a atender obras completas, porém não tão complexas, obras residenciais independente do padrão da construção;
  • as Fábricas de Esquadrias, empresas essas que fabricam esquadrias para Construção Civil, visam o atendimento à construtoras, são obras com mais volumes, prédios residenciais, fachadas para prédios comerciais, etc;
  • e por fim, as Indústrias de Esquadrias, que são as conhecidas por fabricarem esquadrias padronizadas em grandes quantidades, onde o principal objetivo é fornecer esquadrias para lojistas que por sua vez, revendem para consumidores finais.

À partir das Serralherias de médio porte os métodos de aproveitamento de materiais, listas de cortes, compra de materiais, são feitos através de softwares específicos, diferente das serralherias de pequeno porte, onde geralmente quem faz este tipo de levantamento é o próprio serralheiro. Que pode gerar, de certa forma, um desperdício, por não ter um cálculo preciso.

Já nas Fábricas e Indústrias de Esquadrias,  este gerenciamento, é muito mais abrangente. Envolve não só listas técnicas, bem como relatórios de orçamento, planilhas de venda, envolve além da parte da produção, a parte administrativa da empresa. Onde todo o material é aproveitado, calculado e otimizado, de modo que se evite sobras de materiais, compras em excesso, entre outros.

Além destes sistemas adotados, empresas neste segmento, contam também, com projetos executivos específicos de caixilhos. Projetos esses que detalham todo o tipo de material a ser usado, os acessórios, tipos de pintura, especificam vidros e guarnições, bem como orientam através de detalhes técnicos tanto na produção, quanto na obra, para que todo o conjunto tenha um bom funcionamento.

No próximo post, falarei sobre Listas de Corte e Projetos Executivos.